domingo, 29 de novembro de 2009

No próximo inverno,nova onda de gripe suína poderá acometer o país.


O Chefe do Serviço de Doenças infecciosas e Parasitárias do Hospital Clementino Fraga Filho/UFRJ, Alberto Chebabo, ministrou  uma palestra sobre o vírus Influenza (H1N1),causador da gripe suína.Segundo ele, no inverno do próximo ano (2010), uma nova onda de gripe suína poderá acometer o país, principalmente em locais onde o número de casos foi pequeno ou não teve incidência da doença.O Médico fez um alerta para os cuidados de prevenção que devem continuar sendo tomados:
-Devemos continuar com os mesmos cuidados: pessoas doentes devem evitar sair de casa enquanto estiverem com os sintomas, usar lenços de papel quando tossir ou espirrar e descartá-lo imediatamente e o que é um dos fatores mais importantes: lavar sempre a mãos - orientou.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

A importância das Gorduras na nutriçao do lactente é tema entre Pediatras em Nova Friburgo-RJ

 A Abbott tem promovido reuniões entre Pediatras para, juntos, discutirem a importância das Gorduras na nutrição dos lactentes. Desta vez foi em Nova Friburgo, região Serrana do Rio de Janeiro, quando estiveram presentes os Pediatras da cidade e os Gerentes Regionais da Abbott.
A boa nutrição desde a primeira infância é um fator importante para a saúde e longevidade, com qualidade. O leite materno è o alimento mais adequado e completo para o lactente, desde o nascimento. Contém todos os nutrientes necessários ao crescimento e desenvolvimento e deve ser uma prática apoiada e orientada.As gorduras no leite materno estão na proporção ideal  e são bem absorvidas pelo tubo digestivo.
Quando for necessário substituir o leite materno, as fórmula infantis são sempre a melhor escolha,  principalmente as complementadas com gorduras de qualidade como os LC-PUFAS e gorduras de alto teor oleico promovendo bom crescimento, desenvolvimento neuropsicomotor e de retina e com boa tolerância gastrointestinal e permitindo adequada mineralização óssea. O leite de vaca intregral, deve ser evitado a todo o custo no primeiro ano de vida por ser um alimento inaquedado, incompleto e causar danos à mucosa intestinal dos bebês, como microsangramentos levando à anemia.

De acordo com pesquisas sobre expectativa de vida , as crianças que nascem hoje poderão viver 100 anos, se tiverem boa alimentação desde a primeira infância e hábitos de vida saudàveis.

domingo, 1 de novembro de 2009

O Bebê que golfa pode estar com refluxo?

O Bebê que “ golfa” pode estar com refluxo?

As chamadas "golfadas" são regurgitações bastante comuns em crianças nos primeiros meses de vida. Mas até que ponto são simples vômitos inocentes? A partir de quando indicam perigo à saúde do bebê?




Chamamos de Refluxo Gastroesofágico a volta do conteúdo do estômago para o esôfago. É evento freqüente e normal em indivíduos saudáveis , constituindo-se de refluxo breve, que não indica doença, ocorrendo no período após a alimentação, e que graças aos sistemas de defesa do organismo contra o refluxo ,não causa mal algum, é considerado fisiológico. Deve ser distinguido do refluxo doença (patológico), que danifica as estruturas digestivas levando a uma ampla variedade de sintomas. As crianças nos primeiros meses de vida têm estes episódios de refluxos fisiológicos, conhecidos como “golfadas”.. Estima-se que cerca de 20% a 50% dos bebês apresentam refluxo fisiológico causado por dismotilidade gastrointestinal, ou seja, por imaturidade do sistema digestivo, manifestando-se como regurgitação (golfada) ou vômito. O bebê que "golfa" na maioria das vezes não está doente, apresenta refluxo fisiológico. Ocorre, principalmente após a alimentação,desencadeados pela manipulação da criança, no momento da troca de fraldas, durante o banho ou brincadeiras. Os bebês com esse tipo de refluxo crescem e desenvolvem-se normalmente, ou seja, estão com peso, altura e desenvolvimento apropriados para a idade e não apresentam sintomas respiratórios ou digestivos que comprometam sua saúde.

Após atingirem 8 meses ou 1 ano de idade, passam a adotar uma postura corporal mais ereta, os alimentos oferecidos são mais espessos, pastosos e sólidos, mais difíceis de refluir. Nesta fase já estão com maior amadurecimento das suas defesas contra o refluxo e então diminuem os episódios de regurgitação.
As "golfadas" quando nocivas constituem o refluxo patológico,verdadeiramente maléfico e está relacionado à distúrbios dos mecanismos naturais de proteção contra o refluxo. É uma condição de doença que causa dano às estruturas digestivas. Acompanham-se de alterações na saúde do bebê como: dificuldade de ganhar peso, irritabilidade, choro intenso na posição deitada, soluços excessivos, salivação intensa ,choro após as regurgitações, anemia, recusa alimentar, choro e desconforto durante as mamadas. Apresenta-se assim com sintomas mais marcantes. Em casos severos, pode ocorrer aspiração do conteúdo estomacal para o pulmão do bebê levando à pneumonia e até mesmo parada da respiração (apnéia).
Conselhos do Gastroenterologista Pediátrico:

O Bebê que vomita pode estar sofrendo de Doença do Refluxo associado ou não à Alergia Alimentar e outros distúrbios, por isso informe bem ao Médico sobre a história alérgica da família do bebê .

Os bebês choram nos primeiros meses de vida, também por outros motivos, como cólicas, fome, frio. Estes sintomas não devem ser interpretados como refluxo sem uma investigação médica mais apurada.

Mantenha o bebê no colo após as mamadas, em posição vertical por pelo menos 40 minutos. Se for necessário deita-lo após a mamada, coloque-o na posição deitado DE BARRIGA PARA CIMA, pois,segundo a Academia Americana de Pediatria , a Sociedade Brasileira de Pediatria, e estudos confiáveis realizados em vários países, é a posição mais segura para evitar que a criança “sufoque” e tenha morte súbita.
Nunca deixe o bebê mamando sozinho no berço.Para os bebês que tomam mamadeiras, a melhor posição é acomodados no colo durante a mamada. Não "sacuda" o bebê na intenção de niná-lo. Evite fraldas apertadas ou cinteiros.
Ofereça ao bebê o Leite Materno exclusivamente até o sexto mes de vida, pois é mais facilmente digerido e apropriado ao seu crescimento, tem todos os nutrientes necessários,promove a imunidade, fortalece o vínculo mãe-filho colaborando ainda para minimizar os danos ao esôfago nos episódios de refluxo.







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Alergia alimentar na criança.




Alergia alimentar é uma reação adversa às proteínas dos alimentos, gerando uma série de sinais e sintomas. De acordo com o tipo de alergia as reações podem ser imediatas ou tardias.



Nosso sistema gastrointestinal está permanentemente em contato com partículas e substâncias estranhas, desde o nascimento.Pela boca, introduzimos no nosso tubo digestivo alimentos com nutrientes que também trazem consigo bactérias, fungos, parasitos e partículas alergênicas de grande variedade.

O bom funcionamento imunológico e a integridade do sistema digestivo promovem a seleção e modulação dos nutrientes que passam pela mucosa digestiva para a corrente sanguínea e daí para todas as células do organismo, impedindo que estas partículas nos agridam. Sendo assim, acionamos mecanismos de defesa que regulam a passagem de substâncias alergênicas, protegendo- nos contra a alergia, ao que chamamos de tolerância oral.

Na infância, principalmente nos primeiros meses de vida, o momento em que o organismo está em amadurecimento, fatores genéticos e exposição precoce aos alimentos alergênicos podem desencadear reações imunológicas e desenvolvimento de alergia alimentar.

A alergia alimentar na criança tornou-se um diagnóstico freqüente por causa do desmame precoce e da introdução de alimentos inadequados, muito cedo, na dieta da criança, já nos primeiros meses de vida.

A prevalência de alergia alimentar , de acordo com a literatura médica internacional, é de aproximadamente 6% em menores de três anos e 3,5% em adultos. Entre crianças com outros tipos de alergia ou com história familiar de alergia a incidência pode ser de até 25%.

A alergia ao leite de vaca, ao ovo, trigo e soja, são as mais freqüentes e tendem a desaparecer na infância. Mas a alergia ao amendoim, nozes e frutos do mar podem ser por toda a vida.

O aleitamento materno prolongado previne a alergia alimentar favorecendo o amadurecimento imunológico das estruturas do tubo digestivo, e ainda proporcionando ao lactente todos os nutrientes necessários ao seu crescimento e desenvolvimento. A alimentação complementar deve ter início apenas aos 6 meses de vida, de forma gradual.

No caso de crianças que não estão sendo alimentadas com leite materno, o alimento substituto costuma ser fórmula infantil à base de proteína no leite de vaca, sendo portanto esta, a primeira proteína com a qual a criança tem contato e portanto a alergia alimentar mais comum.

Os sintomas da alergia alimentar na criança, dependem do tipo de alergia: Imediata ( mediada por IG-E) ou Tardia ( não mediada por IG-E) ou Mista. No primeiro caso os sintomas podem ocorrer até 2 horas após a ingestão do alimento e cursam com urticária ( placas avermelhadas na pele), angioedema ( inchaço de lábios, língua orelhas e face), tosse, rouquidão e nos casos mais graves, anafilaxia. Na reação tardia os sintomas ocorrem após um período maior e podem cursar com diarréia crônica, diarréia com sangue, dificuldade de crescimento, anemia, doença do refluxo gastroesofágico que não melhora com o tratamento habitual, constipação intestinal severa, dermatite atópica.

O diagnostico da alergia alimentar é clínico, baseado na história da doença: retirada do alimento suspeito da dieta com substituição por outro de igual valor nutricional por um determinado período havendo melhora dos sinais e sintomas. Reintrodução do alimento, quando então haveria desencadeamento dos sinais e sintomas anteriores. Na prática, nem sempre isto é possível pelo perigo de desencadeamento de reações severas em crianças com alergias graves ou risco de agravo nutricional naquelas com déficit de peso já instalado.

Os exames laboratoriais que podem complementar o diagnóstico e auxiliar no acompanhamento do quadro alérgico são a pesquisa no sangue de anticorpos da classe IG-E específicos, contra alergenos alimentares : proteínas do leite de vaca, soja, ovo, trigo e peixe, sendo úteis na alergia alimentar mediada por IG-E, aquela que cursa com reações imediatas( edema de lábios e língua, vômitos, urticária e choque anafilático) e nas alergias mistas, não tendo indicação nos casos de pacientes que tem sintomas alérgicos tardios. Até o momento não contamos com métodos laboratoriais que apontem com segurança o alergeno alimentar, definitivamente.

O tratamento da alergia alimentar na criança, é basicamente nutricional, sob dois aspectos: #exclusão do alergeno alimentar responsável pelo quadro clinico da criança e # a utilização de alimento substituto com proteína de alto valor biológico e baixa alergenicidade como as fórmulas infantis especiais para lactentes constituídas de proteína extensamente hidrolisada ou fórmulas de aminoácidos.

A prevenção da alergia alimentar na criança, é sem dúvida o Aleitamento Materno exclusivo até o sexto mês de vida, com introdução de alimentação complementar a partir de então, gradualmente, sob orientação do Pediatra assistente. O Leite materno contém todos os nutrientes necessários ao crescimento e desenvolvimento da criança, fornece anticorpos que protegem a criança contra doenças e alergia alimentar, previne e minimiza os efeitos no refluxo gastroesofágico, permite evacuações normais, aumenta o vínculo materno-infantil, já está pronto, aquecido na temperatura ideal, na quantidade ideal, e vai do produtor ao consumidor sem intermediários.







Fontes: Consenso Brasileiro sobre Alergia Alimentar – ( SBP e ASBAI – 2007)

Journal of Pediatric Gastroenterology and Nutrition 2001;33:602-605















Dra Claire Tesch .



Especialista em Pediatria pela Universidade do Rio de Janeiro (UNI-RIO) , Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e Associação Medica Brasileira (AMB).

Especialista em Gastroenterologia Pediátrica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Membro da Associação Brasileira de Nutrologia ASBRAN)